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Microcirurgia endoscópica transanal com assistência robótica

Em 1983, G. Buess descreveu a microcirurgia endoscópica transanal (TEM) para a ressecção minimamente invasiva de lesões benignas e malignas localizadas no reto.Dentre as vantagens dessa via de acesso encontram-se a possibilidade de operar em todo o reto, empregando iluminação, visão e instrumental muito parecido ao empregado durante a videocirurgia. A curva de aprendizado difícil e a necessidade de se empregar equipamento específico representam uma desvantagem potencial dessa tecnologia.

A realização da cirurgia endoscópica transanal com assistência robótica vem resolver dois problemas associadas a TEM: 1. a necessidade de um equipamento dedicado, e 2. a complexidade técnica do procedimento. Estudos recentes em cadáveres mostraram melhora da visão, controle e capacidade de manobra em comparação com o uso de instrumentos de laparoscopia.

Hompes e cols. publicaram no periódico Br J Surg  [2014 Apr;101(5):578-81. doi: 10.1002/bjs.9454.] os resultados de pacientes de três centros particpantes com lesões retais e submetidos a tratamento cirúrgico empregando uma plataforma de TAMIS (transanal minimally invasive surgery – na realidade um gloveport) associada a robótica.

Nesse estudo, 16 pacientes foram submetidos TMIS robótica para lesões retais com uma mediana (intervalo) de distância da borda anal, de 8 (intervalo 3-10) cm. O tamanho médio dos espécimes ressecados foi de 5,3 (0,5 -21) cm. O tempo mediano de docking e a duração da operação foram de 36 (18-75) e 108 (40-180) min, respectivamente. Em quatro pacientes, a conversão para TAMIS não-robótica foi necessária. A mediana do tempo de internação foi de 1,3 (0-4) dias. O custo adicional da abordagem robótica foi de aproximadamente 1000 € por procedimento (excluindo as despesas de capital no sistema robótico e sua manutenção).

Os autores concluíram que a associação de TAMIS e robótica para a excisão de lesões retais terá de ser equilibrada com o custo do sistema robótico.

Não há dúvida de que a assistência robótica vem facilitar a execução do procedimento. No entanto, existe o cutso associado ao robô e a necessidade de se investir em treinamento de cirurgia robótica. Por outro lado, esse custo tende a baixar com o tempo e a curva de aprendizado associada ‘a realização de procedimentos cirúrgicos com assistência robótica é provavelmente mais curta do que a da microcirurgia endoscópica transanal convencional. Não há estudos comparativos entre as técnicas.

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